REMINISCÊNCIAS DE GRAMADO
Graças
a Deus, diga-se de passagem; sou daqueles muito caseiros. Costumo dizer que acho viajar a
segunda melhor coisa do mundo; a primeira, com certeza, é voltar pra
casa.
Estivemos,
por 9 dias, em Gramado. Na volta, passamos quase um dia em Porto Alegre; nem
deu pra conhecer. Só estivemos no Embarcardero, um lugar muito bonito, cheio de
bares e restaurantes, à beira do rio.
Falemos,
portanto, de Gramado; um lugar que nos deixou boas recordações e, confesso, em
algumas vezes me levou a filosofar. Este, aliás, é um velho hábito, que não
consigo abandonar; e a causa deste blog.
Fomos,
por exemplo, ao Sky Glass: uma plataforma a 360 metros de altura, com piso de
vidro, para que se possa apreciar a bela paisagem do cânion, ao fundo qual
corre o Rio Caí; um lugar realmente encantador.
Seria
um passeio perfeito, não fosse um pequeno problema: a superlotação da
plataforma, tão repleta de pessoas que, confesso, me pareceu ter o metro
quadrado mais disputado do País; e cada uma delas tirando muitas fotos.
Foi
aqui, que surgiu o pensamento filosófico: antigamente, tirávamos fotos para
recordar bons momentos vividos. Hoje, é para divulgar nas redes sociais; e
isso, às vezes, faz com que os momentos já não sejam tão bons.
Ou
seja: talvez estejamos trocando a alegria de viver, pelo prazer de mostrar; a delícia simples de passar bons momentos, pela satisfação de mostrar que os
tivemos. E, talvez por isso, já não sejam tão bons: neles não estamos inteiros.
Um bom exemplo foi o Sky Glass: era tanta gente tirando fotos, que não dava para
curtir o momento, nem fazer boas fotos. Isso, sem contar que me assustava um
pouco o número de pessoas em cima de vidro, a 360 metros de altura.
Para
piorar, o rio lá em baixo se chama Caí. Convenhamos: não é de molde a
tranquilizar ninguém e, para o velho nordestino aqui, tirou um pouco a graça do
passeio; só fiquei sossegado quando saímos do vidro e bebemos um chopp.
Mas,
como eu disse, foi apenas um ataque de filosofia: vivemos muitas coisas boas;
que, por sinal, estão registradas em fotos, que vou salvar no computador,
embora já estejam salvas nas memórias de nós dois.
Gramado
vai ficar em nossas lembranças, por muito tempo: o friozinho gostoso, a chama
acolhedora dos aquecedores nas mesas dos restaurantes, a comida deliciosa, o
vermelho vivo dos vinhos e o seu sabor em nossas bocas.
Estivemos
nas Olivas de Gramado, nos Jardins do Amor, no Parque dos Dinossauros, na Roda
de Canela, no Space Adventure; conseguimos sobreviver (bem!) aos 20 graus
negativos do Mundo Gelado, provamos cuca e pretzel.
Na véspera da partida, assistimos ao Nativitaten; e, no mês de novembro, o Natal se fez em nossos corações. Foi o maior espetáculo ao vivo a que já assisti, e a única palavra para definí-lo é "magnífico"; não encontro outra.
Obrigado, Gramado. A viagem foi inesquecível!



Me alegra que lo pasaran bien. Te mando un beso
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