ESQUELETOS NO ARMÁRIO


Todos temos os nossos esqueletos no armário.

É impossível não ter. Os seus ossos ajudaram a pavimentar o caminho que fizemos até aqui, e continuam conosco; provavelmente nos acompanharão até o fim da jornada.

São lembranças de momentos que vivemos; de decisões pequenas ou grandes que tomamos, e nem sempre deram certo. Coisas que ficaram marcadas em nós e não esquecemos.

Ninguém pode dizer, em sã consciência, que faria de novo tudo que já fez. Mas precisamos admitir que os nossos erros nos ensinaram bem mais que os nossos acertos.

Somos assim: esquecemos a brisa suave que nos afagou o rosto, mas lembramos o vento forte que arrancou as telhas da casa, ou o relâmpago que derrubou as paredes.

Precisamos fazer as pazes conosco. E reconhecer que não teríamos chegado aqui, se não fossem os ventos que encontramos e as posições em que ajeitamos nossas velas.

Não aprenderíamos o que hoje sabemos, se não fossem as tempestades e as calmarias que superamos na vida. O que nos fez chorar, muitas vezes, depois nos trouxe sorrisos.

Não cabe lamentar, portanto, qualquer uma de nossas escolhas; elas fizeram de nós o que hoje somos. Seríamos diferentes, se não as houvéssemos feito e aprendido com elas.

Por isto, a cada vez que olho para o passado me sinto mais feliz por tê-lo vivido. E não apenas pelos sorrisos que tive, mas também pelas lágrimas que deixei cair.

Porque eu não seria o mesmo, se na estrada houvesse algum sorriso, ou alguma lágrima a menos; se não houvesse festejado as minhas vitórias, ou chorado as derrotas que conheci.

Assim acontece a todos. Não somos produtos do meio, mas o somatório das nossas experiências, boas e ruins. Não somos folhas em branco, mas resultado do que está escrito.

Se assim é, podemos modificar o que virá daqui por diante. O passado já se foi, mas o futuro se constrói em cada dia; e todas as palavras dos capítulos seguintes estão por vir.

Atentemos para o que escreveremos em nossos corações; é disso que depende todo o nosso futuro. Como o lavrador escolhe as sementes, escolhamos os nossos sentimentos.

Deixemos, no armário do passado, os nossos esqueletos. É suficiente abrir as portas, de vez em quando, para arejá-los um pouco; precisamos reconhecer que fazem parte de nós.

Chega um novo ano. É um bom dia, para começar a construir uma vida melhor.

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Comentários

  1. Flávio,que o ano termine e 25 comece com paz pra todos e sem esqueletos do passado pra atormentar,rs...

    Feliz novo ano com :SAÚDE, Amor e muiiiiiiiita paz pra vocês!
    abração,chica

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  2. Mas um excelente texto!
    Eu acredito nisso que vc diz: não somos produtos do meio, somos o somatório das nossas experiências, boas e ruins.
    O passado faz parte da vida...o futuro é uma expectativa. Então, temos que viver o agora, o presente, com fé no futuro.

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  3. Muy cierto somos las decisiones que hemos tomado y la forma que hemos crecido. te deseo un feliz año.

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