VIAJANDO NO TEMPO

 

Às vezes, a gente dá uma paradinha e olha pra trás.

Faço isso muitas vezes. Quanto mais velhos vamos ficando, mais lembranças temos. Vivemos só no presente, mas costumo dizer que o jovem tem os olhos no futuro, e o velho no passado.

O jovem acalenta esperanças e o velho cultiva lembranças; esta é a principal diferença entre os dois. Esta talvez seja a causa do “conflito de gerações”; que, na verdade, é mais de ideias.

Enquanto vivemos, em cada dia realizamos ou abandonamos esperanças, mas sempre acumulamos lembranças; que, boas ou más, passam a fazer parte de nós e seguem conosco.  

Assim, a bagagem do velho é mais pesada que a do jovem; e, talvez por isto, são mais lentos e objetivos os seus passos. O velho pensa mais, antes de tomar decisões; ou recuar delas.

Mas, confesso, eu gosto de dar essas paradinhas; de ficar pensando no meu ontem e no meu hoje. O meu amanhã, confesso, não me dá muito que pensar; a cada dia, se torna mais curto.

Cuido, portanto, de viver o hoje. Mas gosto, sim, de recordar os ontens; de ver o que fiz e até onde eles me trouxeram. E, nessas lembranças, percebo que sempre pensei em cada hoje.

Acho que só fiz planos quando jovem. Como alguém que entra no rio e governa os próprios passos, enquanto está no raso; depois mergulha e se deixa levar na corrente.

Olhando para trás, acredito que assim seja a minha história; isso explica as burradas que cometi e os acertos que dei. Ainda hoje erro e acerto, porque continuo a viver deste jeito.

Percebo que sempre acreditei na vida, no bem e no amor. Claro, não sou feito de amor e não fiz só o bem, em todo este tempo; ninguém é assim. Mas, tenho certeza, busquei o amor.

E não me arrependo de nada que tenha feito em seu nome; nem mesmo dos erros que possa ter cometido, durante essa busca. Porque o amor é sempre certo; nós é que erramos.

E, mesmo nos erros, de certa forma acertamos; porque somos felizes, enquanto dura o sonho. Quando ele se vai, as lembranças ficam; e a felicidade volta, de cada vez que recordamos.   

Gosto de rever o passado e tudo que ele me trouxe. Gosto de pensar que conheci muitos tipos de amor: o de sonho e o real; o do corpo e o da alma; do desejo e da ternura.

Agradeço pelo que vivi e vivo. Quem não experimenta, não conhece; quem não arrisca, não ganha o prêmio. Tudo que vivi me ensinou a dar valor ao que tenho, ao que encontro em você.

Você é a mulher de minha vida.

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