KRONOS E KAIRÓS
Eu conhecia a história de Kronos (ou Chronos, como prefiram).
Afinal de contas, desde
pequeno sou fissurado pela mitologia grega. Aquelas lendas sobre deuses e
deusas, tão belos e tão imperfeitos, sempre me pareceram mais atraentes do que contos de
fadas.
Mas vou deixar a mitologia
para outro post; acho, inclusive, que ela pode render vários: é um assunto
fascinante. Hoje, só quero dizer que acabo de ler sobre o conceito de Kronos e
Kairós, que não conhecia.
Quem me chamou a atenção sobre
este tema foi a São, em um comentário feito noutra postagem. Como eu disse, desconhecia
completamente o assunto, mas sou curioso e tratei de fazer uma pesquisa.
Claro, uma consulta ao Google
não torna ninguém especialista em nada. Mas acredito que não tive dificuldades
em assimilar o conceito; até porque, se entendi certo, é uma ideia recorrente
em meus textos.
Acho (e que me corrija a São,
se eu estiver errado) que a diferença é simples: Kronos é o tempo de vida
contado pelos padrões humanos: segundos, minutos, dias, meses e anos em que
habitamos a Terra.
Kairós é o tempo não contado:
as ocasiões em que somos felizes; em que temos alegria, em que nos dedicamos ao
lazer, aos pensamentos, às boas emoções. Ou seja: o tempo em que realmente
VIVEMOS.
Se entendi corretamente, é
algo que repito sempre: o importante não é o tempo que vivemos, mas o quanto vivemos.
Concordemos: de que adiantaria uma existência centenária, se isenta de emoções?
Pessoalmente, prefiro viver
menos e aproveitar a vida. Nunca me canso de dizer: é desperdiçado cada minuto
em que não amamos, não sentimos, não nos percebemos vivos, não somos humanos.
A lógica é cristalina: não
adianta viver, se você não se sente vivo. É puro desperdício cada momento em
que não temos o prazer de viver; de sermos gratos só e simplesmente por existir
e sentir.
Acontece que, sem a menor dúvida, não temos qualquer controle ou poder de interferência sobre Kronos; ele é
implacável em sua marcha e nem ao menos podemos saber quando dará o último passo.
Mas podemos e devemos caminhar,
sempre, em companhia de Kairós. Isto, sim, nos é possível fazer; porque só
depende de nós. E é mais simples do que parece: basta que em nossa alma haja um
pouco de amor.
Comece amando a si mesmo. O
amor é como as ondas que se formam, quando o seixo encontra a água: cada vez
mais suaves, vão cada vez mais longe, até alcançar uma distância que parecia
impossível.
Prossiga: ame o seu trabalho, e
ele se tornará um prazer; ame os seus irmãos e você se livrará do medo, da ira
e do desejo de vingança. Ame a pessoa que o ama, e em seus olhos você
encontrará o brilho da vida.
Ame. Você não escapará de Kronos, mas caminhará com Kairós.



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