O AMOR

 

O amor não é feito de atitudes grandiosas.

Nem de sublimes renúncias, nem de sacrifícios dolorosos, nem de momentos raros e inesquecíveis.

Eles podem existir, sim; mas o amor necessita ser vivido a todo momento, para ser verdadeiro.

Amor é emoção, é sentimento; uma entrega e um querer que crescem em nós e se tornam uma forma de viver.

Amor não é querer dirigir os passos do outro, nem apontar o caminho. É respeitar escolhas, saber apoiar e caminhar junto.

Não é feito só de paz: tem seus momentos de inquietação e tempestade; mas, acima de tudo, é cheio de delicadeza e perdão.  

O amor ri do ciúme, da pretensão de posse e do egoísmo; chora na saudade e conhece a felicidade no reencontro.

Ele se torna tenso no desejo, agiganta-se nos beijos ardentes e explode no orgasmo. Mas está presente em um olhar ou roçar de mãos.

Não está só nos gemidos de prazer dos jovens na penumbra, mas também no casal de idosos que se abraçam, afastando o sereno da noite.

Em um instante, o amor é nada; e no seguinte, se torna tudo. Modifica o mundo, porque faz grandes mudanças em nós.

Não necessita de coisas grandes, complicadas ou caras; porque ele mesmo é simples, como a natureza e a própria vida.

O amor não está em um gigantesco buquê, de caprichado arranjo; mas na lembrança de colher uma flor, para alguém amado.

Como não está no luxuoso jantar à luz de velas, mas no prazer de saborear um simples sanduíche, em companhia da pessoa que se ama.

Não está no concerto da famosa orquestra, mas na emoção de ouvir, no rádio, a canção que tocou durante o primeiro encontro.

O amor não é apenas a roseira florida, mas também o botão que desabrocha para o mundo, espalhando a sua beleza e o seu perfume.

Ele não é como as nuvens que ocupam o céu, mas como o vento que as empurra ao seu bel-prazer, modificando as formas e as cores de nossas emoções.

O amor não existe, senão em nós; mas não caminha com os nossos pés.

Antes nos faz voar, com as suas asas.

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Parabéns, Amor!