UMA GRANDE CONQUISTA
Fim de semana passado, não postei.
Como
eu disse, por uma grande alegria. Estava em Salvador, para a formatura
do meu caçula em Medicina; confesso que foi um dos dias mais felizes, em minha
(longa) vida.
E
por diversos motivos. Não só a alegria de saber que lhe demos régua e compasso,
como dizem Caetano e Gil, mas também pelas circunstâncias que envolvem a
trajetória.
A primeira metade da minha vida foi até fácil. Jovem, passei em um concurso público e,
aos 38 anos, tinha um emprego bom e seguro; tinha, também, 3 filhos amados e um
casamento falido.
Não
deu pra seguir em frente; saí do casamento e do emprego. Não saí e nunca pensei em sair
dos filhos; este é um vínculo sagrado de amor. Mas mudei a vida, que já não
conseguia viver.
Tocando
minha vida, descobri um novo mundo. Quase digo que conheci o mundo real, longe daquele casulo protegido, onde tudo era trabalhar e, no fim do mês, receber um
bom salário.
Conheci
pessoas honestas e desonestas; descobri amigos verdadeiros e falsos. Passei a
dificuldade de procurar emprego, já na meia idade, e competindo com jovens; a falta de dinheiro.
Foi,
sim, uma fase dura. Graças a Deus, conheci uma menina linda e corajosa, que me deu a mão (e o resto) e se dispôs a caminhar comigo; não acredito que o
tivesse conseguido sozinho.
Como
eu disse, foi uma fase dura; para nós dois. E que durou bastante: não havia
dinheiro para nada, e muito menos que sobrasse; foram anos e anos vivendo com
quase nada.
Não
tínhamos plano de saúde, nem dinheiro para remédios; muito mal, para a comida.
Dizem que Deus dá o frio conforme o cobertor; e, conosco, foi assim mesmo que
aconteceu.
Minha
mãe foi quem pagou o parto de meu novo filho; parentes e amigos nos ajudaram com o
enxoval que, apesar de reduzido, foi o suficiente. Não podíamos abrir as
janelas de casa, ou cariam.
Foram anos e anos de dureza. Mas... sabem o que é engraçado? Apesar disso, éramos felizes; tanto quanto alguém pode ser. Os fins de semana eram festas, em nosso pardieiro, com os filhos e os amigos.
E isso nos levou em frente. Os anos foram passando, os empregos e as
circunstâncias mudando, as finanças melhorando. Nosso filho crescendo; estudando
sempre e muito.
Assim,
chegamos aqui. A primeira formatura em jornalismo, 7 anos de carreira; a mudança, para o estudo da medicina; mais 7 anos de faculdade, com o atraso da
COVID. Afinal, vencemos!
Entenderam porque estou tão feliz?!
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