O JOGO DA VIDA

 

Não sei se você joga dominó, baralho, damas ou xadrez.

Mas, se joga, você sabe que quem melhor vê o jogo não é o jogador; são as pessoas que estão de fora, apreciando. Essas veem tudo e podem decidir melhor.

Quem está envolvido no jogo e não vê o quadro todo, muitas vezes escolhe errado; no calor do momento, acaba tomando decisões que o levam a perder.

Isto posto, lembre-se que você está inteiramente envolvido no jogo mais importante que existe: a sua vida. Por isso, talvez eu possa lhe dar um conselho.

E o meu conselho é simples: viva! A vida é um sopro, e ninguém sabe quando acaba; por isto, acho que é perdido cada momento em que não se é feliz.

Pense nisto. E, se você tem o que precisa para viver, concentre-se em ser feliz e agradecer. Esqueça as preocupações menores, que só lhe trazem prejuízos.

Não se preocupe tanto com a arrumação da casa, a roupa para a festa ou o jeito do seu cabelo. Não esquente com a situação da novela, ou a areia na rua.

Que importa, se o vizinho estaciona de um jeito que você acha errado? Ou se o casal do apartamento de cima vive discutindo, ou se o seu carro está sujo?

Vou repetir: a vida é um sopro. E, se este fosse o seu último momento, valeria a pena estar aborrecido por qualquer destes motivos, que agora parecem sérios?

Vale a pena a casa brilhando, se o cansaço afasta o seu próprio brilho? Se as costas doem por causa da faxina e a sua inquietação contagia todos ao redor?

Vale a pena qualquer coisa que não seja viver? Se as preocupações afetam a sua alegria, o seu prazer de viver, será mesmo que elas são tão importantes?

Lembre-se: no jogo da vida, não existe segundo tempo; e muito menos prorrogação. Cada minuto que passa é um minuto a menos no seu futuro.

Claro: quando a gente é novo, nem se lembra disso. Como quem tem muito dinheiro não liga tanto para os gastos; acredita no patrimônio que julga possuir.

Mas, à medida que o tempo passa, vamos percebendo que não somos eternos. É por isso que, paradoxalmente, os jovens têm mais pressa que os velhos.

O velho atenta mais ao momento; às pequenas alegrias, à delícia que é continuar usufruindo da vida, com todas as surpresas e emoções que nos traz.

Seja esperto! Lembre-se que, muitas vezes, o encanto não está na chegada, mas na própria viagem; e em nenhum caso isso é tão verdade, como na vida.

Nesta viagem, quando você chegar simplesmente acabou. E isto não é triste; é mais uma razão para que você aproveite ao máximo os encantos de cada dia.

Sim; decerto haverá pedras no chão, para magoar seus pés, e dias em que as nuvens encobrirão o sol e a chuva molhará o seu corpo, trazendo frio e medo.

Mas sempre existirão as flores, com seu colorido e seu perfume, para alegrar sua alma. E sempre valerá a pena atentar mais às flores e menos às pedras.

Viva! É assim que você vai vencer, no jogo da vida.

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