SONHOS E REALIDADE
De todos os autores que já li, Gibran Khalil Gibran é o meu preferido.
Conheci
O Profeta, acredito, por volta dos meus 17 anos; na época, se não me engano,
era o livro da moda. Lembro-me de haver lido que foi editado em diversos
países, ao redor do mundo.
O
que sei é que nenhum outro livro me marcou tanto. As palavras de Gibran me
acompanham pela vida; já me ajudaram e ainda ajudam a superar derrotas e manter
a perspectiva nas vitórias.
Não
sou de cultivar ídolos ou ícones; mas, se algum tiver, é Gibran. Em sua
homenagem, escrevi 3 livros e mantive o meu blog anterior, O Árabe, por quase
17 anos, em linguagem semelhante.
Sei, de memória, parte de sua obra e lembro-me de que, em O Profeta, ele diz que: "...
vossa liberdade, quando perde os seus entraves, transforma-se num entrave para
uma liberdade maior.".
E
me ocorreu que esta verdade não se aplica apenas à liberdade, mas a diversas
outras coisas em nossas vidas; quando exageramos em algo, a tendência é sermos
prejudicados de alguma forma.
Assim
acontece com os sonhos, que nos são necessários. São eles que colorem o cinza
monótono da vida; que nos dão razões para seguirmos em frente, quando as coisas
não estão bem e desanimamos.
Sim:
precisamos dos sonhos, para viver. É neles que nos refugiamos e encontramos
novas forças; eles mantém a esperança e sem ela, às vezes, não conseguiríamos
dar nem mais um passo.
Precisamos
cuidar, entretanto. Porque os sonhos são como a luz, que afasta a escuridão; porém,
quando é excessiva, também nos ofusca e impede que possamos ver claramente ao
redor.
E
esse é o perigo dos sonhos: abandonar-se ao seu atrativo, é como buscar o pote
de ouro no fim do arco-íris. Um sonho leva a uma desilusão; como acontece na
vida, o encanto é a própria viagem.
Já
disse um poeta: "Há ilusões que valem uma vida; mas não existe vida que valha
uma ilusão.". Porque as ilusões têm o dourado da perfeição, que nem se pode
comparar ao cinza da realidade.
Sonhos
são sonhos; e não morrem apenas quando desistimos deles. Muitas vezes, começam
a morrer quando se realizam; é uma morte lenta, dolorosa, que vai sendo percebida aos poucos.
Estejamos
atentos, portanto aos nossos sonhos. Porque o homem que idealiza um amor
perfeito, pode deixar de perceber o amor que está ao seu lado; e não é perfeito,
mas poderia fazê-lo feliz.
E aquele que espera encontrar a caverna de Ali Babá, ou as minas do Rei Salomão, não pode esquecer que do trabalho de todos os dias vem o seu sustento; ou se sentirá insatisfeito.
Vivamos os nossos sonhos, mas não sonhemos a nossa vida.
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