AS GAVETAS DO PASSADO


De vez em quando, é bom vasculhar as gavetas do passado.

Desdobrar, como se fossem roupas, velhas e doces recordações; lembranças de momentos que fizeram parte de nossas vidas e, hoje, jazem em cantos perdidos da memória.

Quem sabe, aquecer o ferro da saudade e dar uma passadinha nesses nossos momentos, alisando as dobras dos guardados e trazendo-os de volta para uma breve visita.

Deixar que, das gavetas abertas, escapem os sons de risos felizes ou choros sentidos. Lembrar esses risos e prantos, que formaram a trilha sonora do nosso viver de ontem.

Porque a memória não é feita apenas de imagens e cores; também comporta sons, perfumes e muitas outras lembranças. São pequenos gatilhos, que varrem as teias do ritmo.

Como teias que o tempo tece, para encobrir os fatos e as coisas que nos trouxe no passado. Porque precisamos viver no presente e colocar as nossas esperanças no futuro.

Mas, de vez em quando, é bom sacudir essas teias. O passado é como um farol, cuja lâmpada nos guia para o futuro; lembrando quem fomos, é mais fácil saber quem somos.

E isso é importante, para sabermos quem queremos ser. Para determinar nossos desejos e valores, nossas metas e nossos princípios. É preciso recuar um pouco, para ver o todo.

É preciso visitar o passado, para entender o presente; e saber o que mudar, para poder confiar no futuro. A história não é uma súmula do que houve, mas uma lição para o que virá.

Todos nós, às vezes precisamos trazer de volta as nossas pequenas vitórias de ontem, para melhorar a autoestima; e também as derrotas, para nos mantermos humildes.

O primeiro sonho e o primeiro beijo; a primeira separação e o primeiro adeus. Tudo que passou em nossa vida não faz parte apenas do que já fomos, mas do que somos.

E, é claro, também do que seremos. Aprendemos em cada dia: hoje, não somos como éramos ontem; e nem como seremos amanhã. Mas a essência é única e se mantém.  

Por isto, de vez em quando é bom vasculhar as gavetas do passado.

Para que possamos fazer um futuro melhor.

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Comentários

  1. Muito lindo teu texto e como estamos de reformas na casa, tive que m desfazr de muiiiiiitas coisas! E não sou acumuladora, mesmo assim, remexi gavetas...E as lembranças quando remexi nas coisas dos filhos pequenos,mexeram muito comigo. Assim, continua com as gavetas deles ... Outras coisas do passado, só na memória! abração, chica

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  2. Muito de acordo, mas nas minhas não mexo não. Vai que uma aranha maluca, daquelas que vão sem saber para onde cisma de considerar o dono da casa um invasor! Sim, um invasor, porque a casa, digo, a gaveta onde mora agora é dela. Usucapião, se não me falha o juridiquês da palavra. Belo texto amigo e, esteja certo que, mesmo que não fosse eu diria o que disse agora; "belo texto amigo".
    Um beijo e que se dane o que possam dizer do ósculo que acabo de dar no amigo.

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  3. Profunda reflexión siempre es bueno ver el pasado para no repetir nuestros errores. Te mando un beso.

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  4. Muito bom. Assim é, mesmo porque algumas dessas gavetas possam ter pó que sufoque e precisem de ser arejadas.
    Beijinhos e bom fim-de-semana!

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  5. Gostei muito. As vezes é muito bom abrir as gavetas do passado. Podemos encontrar tantos belos recortes da nossa vida...

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  6. Bom dia, Flávio
    Que reflexão linda, gostei muito dessa parte: "Todos nós, às vezes precisamos trazer de volta as nossas pequenas vitórias de ontem, para melhorar a autoestima; e também as derrotas, para nos mantermos humildes." A humildade faz um bem enorme. É gratificante lembrar o passado, momentos preciosos que marcaram nossas vidas, um forte abraço.

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