A VIDA É BREVE

 


Hoje, fui informado da morte de mais um velho amigo.

A par da tristeza e das boas recordações dele, lembrei-me de Machado de Assis, quando diz: "Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos.".

Isto, é claro, me faz pensar que em breve estarei participando desse grupo de estudos; não posso precisar quando será a partida, mas acredito que não me resta muito tempo por aqui. A vida é breve.

Sim: a vida é breve. E, toda vez que essa constatação me atinge, percebo quanto a vida é maravilhosa e como a desperdiçamos com coisas vãs e aborrecimentos inúteis, reclamando em vez de agradecer e sofrendo em vez de sermos felizes.

Esta é uma escolha nossa, em todos os momentos. E, envolvidos por angústias e necessidades que inventamos, perdemos o nosso precioso tempo, que jamais voltará; deixamos de viver, desperdiçamos a vida.

Deixamos de ver as pequenas maravilhas que existem a nosso redor; os motivos que temos para agradecer e nos sentirmos bem, para cantarmos e estarmos alegres, para desfrutarmos de cada instante que temos.

De uma forma misteriosa, é como se tudo aquilo que julgamos não ter adquire maior importância: uma roupa, um bem, uma pessoa, algo que imaginamos necessitar. Somos infelizes pelo que falta, não felizes pelo que temos.

É assim, que a maior parte de nós passa o maior tempo da vida. Deixamos que as correntezas da vida nos arrastem entre problemas e frustações, sem perceber a tepidez da água e a beleza das flores que crescem às margens.

Não atentamos para o fato de que a escolha é sempre nossa. Costumamos notar o céu escuro da noite sem lua; não percebemos o brilho das estrelas que nos indicam o caminho, até que a luz do sol volte a iluminar o mundo.

Por medo da noite, muitas vezes deixamos de perceber as maravilhas do dia. Como bem disse Gibran: "o medo da sede, quando o poço está cheio, é a própria sede insaciável.". É a única sede que nenhuma água pode extinguir.

Assim passamos o tempo: reclamando em vez de agradecer, chorando em vez de sorrir. Porém, quando a hora chega, de nada adianta a roupa no armário; nem a casa de dois andares, nem o carro do ano. Tudo perde a importância.

Deixam de existir os problemas; nada mais há para ser resolvido. Não há bens a serem adquiridos, nem dívidas para serem pagas, nem preocupações que valham a pena. Também não existem mais flores, nem música, nem amores.

Então, vem o imenso nada. Mas, se algo existir depois dele, nada teremos senão as recordações que tivermos levado; e, talvez, o arrependimento de não termos usado melhor o tempo, vivido melhor, aproveitado mais a dádiva da vida.

A vida é linda. Mas é breve.

Vídeo

Para Belmiro Meira Jr. Feliz por tê-lo conhecido, amigo!

Comentários

  1. Muy cierto y debemos vivirla a plenitud. Te mando un beso.

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  2. Triste perder amigos! Meus sentimentos!
    E a vida é breve mesmo , hoje estamos aqui e quem sabe....
    Vamos curtir bem, se der, enquanto não entramos para o grupo daquelews estudos...Afff! abração, feliz dia das crianças pra vocês aí, bem abençoado! chica

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  3. La vida amigo Flavio es como un suspiro, se nos hace demasiado corta, pero todos terminaremos estudiando geología
    Como tú pienso que quizás nos olvidamos de vivir y saborear el presente, es el momento que tenemos con seguridad, aprovechemoslo y mientras estamos aquí repartamos abrazos y hagamos felices a los demás...creo que ese es el sentido de la vida
    Un abrazo y siento lo de tu amigo

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