A CELEBRAÇÃO DA VIDA
O tema de hoje é semelhante ao da semana passada.
E
pode parecer que estou assustado com a morte, à medida que envelheço; ou que
seja mórbido prosseguir com o assunto. Mas posso assegurar a vocês que não é
nada disso.
Não
temo a morte; nem a desejo. Aprendi a vê-la como uma realidade, sabendo
que chegará em algum dia que não sei. Como não posso evitá-la, convivo com essa
certeza.
E
o que busco é ser feliz, no tempo de vida que me resta. Evitar aborrecimentos,
dívidas e incertezas. Amar as pessoas que amo e estar tão em paz comigo quanto seja possível.
Por
outro lado, confesso que é meio cansativo viver muito. A gente fica cansado, sim;
com saudades das pessoas que já foram e um pouco entediado. Não dá pra negar
esta verdade.
Não
posso falar por todos os velhos. Mas, pessoalmente, fico dividido: quero ficar,
por todos e tudo que amo; mas uma parte de mim quer ir embora, antes de
envelhecer demais.
Dentro deste espírito, achei muito bacana algo que vi na internet, ontem; não lembro onde, nem como: um convite para a celebração da vida de alguém, que não cheguei a conhecer.
Ao
invés de convidar para o velório de um morto, o autor preferiu convidar para
a comemoração de uma vida: as coisas que a pessoa fez, os filhos que teve, tudo
que viveu.
Achei
muito bacana a ideia. Sempre fui contra velórios, que não entendo; são como
festas de exposição da dor, onde as pessoas se sentem obrigadas a demonstrar
tristeza.
Realmente,
não consigo entender essa amostra obrigatória de dor. Não vejo razão para compartilhar
uma perda que cada um sente do seu jeito; dores são pessoais e únicas.
Comemorar
a vida, porém, são outros quinhentos! Consigo entender um ritual em que cada um
mostra a sua alegria por ter conhecido alguém; a importância que teve para ele.
Pode-se
dizer que é uma questão de semântica, mas não acho. As palavras têm força; até
porque nos inspiram sentimentos. Comemorar é festejar, é sorrir; é ser alegre e
agradecido.
Adotei
a ideia. Talvez porque eu esteja fragilizado pela perda recente; ou por todas
que se vêm acumulando, através dos anos. Cada vez mais, sinto saudades de mais pessoas.
Chorar
a morte é lastimar a perda; comemorar a vida é celebrar os tempos felizes. Sinto
saudades das pessoas que perdi, mas sou feliz por havê-las conhecido e amado.
Bem melhor do que chorar a morte, é celebrar a vida!
Flávio,a mim também a morte não apavora ! Encaro a minha tranquilamente, mas não a de quem me rodeia!
ResponderExcluirGostaria de ir primeiro...
abração, lindo fds , bem vivo,rs...chica
Reflexão de idoso deve ser um saco, mas, as do meu avô, com certeza, não são e as suas, querido amigo, jamais seriam, considerando o pouco tempo que vc diz ter de vida ou, quem sabe, vc não mentiu?
ResponderExcluirUm abraço