O QUE APRENDI?


Aos 59 anos, quando mantinha o blog Opiniaum, recebi de um amigo o desafio de  escrever sobre “o que eu não sabia antes e agora sei”.

Nestes tempos de pouca inspiração, encontrei o texto; e o que mais me chamou a atenção foi que, nestes 17 anos, pouco mudaram as minhas opiniões. Por isto resolvi republicá-lo, devida e ligeiramente modificado.         

O difícil é selecionar... e se torna mais difícil, à medida que envelhecemos. Do alto dos meus hoje 76 anos, posso dizer que a vida já me ensinou muitas coisas. E uma delas é que aprendemos melhor as lições mais duras; são aquelas que jamais esquecemos.

Outra: nada é eterno. Bom ou ruim, tudo passa; todos os momentos se tornarão passado, e só ficará o que aprendermos com eles. Nunca devemos desesperar; ou acreditar que a felicidade de um instante possa durar para sempre. O desespero nos faz ver as coisas piores do que são e a esperança vã nos ilude; ambos nos impedem de enxergar o melhor caminho a seguir.

Até em decorrência disto, nunca devemos julgar alguém; não conhecemos as suas motivações e não podemos dizer o que faríamos, se os papéis se invertessem. Não poucas vezes, as situações que mais criticamos virão bater à nossa porta. Acredite.

É interessante cultivar a humildade. Ela não evitará que você caia, se esse for o seu destino; mas haverá menos pessoas dispostas a pisar em você, como vingança pela sua passada arrogância. 

E também é bom praticar a paciência: a nossa pressa não consegue alterar o ritmo do tempo, e a intolerância não atrai qualquer simpatia para nós.

É preciso ouvir as pessoas e procurar entender o que dizem. Muitas vezes, é preciso saber ceder; até porque ninguém pode estar sempre certo. Se você impõe as suas ideias e opiniões, não obtém o respeito; mas o medo. 

Ou, pior ainda, o cansaço. Os outros deixarão de discutir; não porque você tenha razão, mas porque não adianta. Ou seja: deixarão também de ouvi-lo, limitando-se a fazer o que você quer. E você estará só.

Outra coisa importante: sonhos vêm e vão. São como flores: no início um botão, que aos poucos se abre e um dia morrerá. Mas cada um que tomba sobre o solo fertiliza a terra, para que um novo botão possa nascer. E por isto eles se renovam sempre.

Aprendi muitas coisas, sim; mas isto não quer dizer que as aplique, ou que conheça o significado da vida. Continuo errando e aprendendo, em cada dia, e ainda não terei aprendido tudo, no dia em que me for.

Esta talvez seja a maior lição: nossos desejos e necessidades mudam sempre e nos fazem ver o mundo de formas diferentes. Riso e lágrima se alternam e só nos cabe decidir a qual deles concederemos mais tempo e maior importância; não podemos evitá-los, porque a verdade é que não somos donos de nós mesmos.

O tempo é o senhor das nossas vidas, neste mundo.


Eu era assim, aos 59 anos. Mantive a foto original, porque às vezes dá saudade. :)

Comentários

  1. Gostei de ler, te ver aos 59 anos e saber dos aprendizados. Que bom quando somos abertos a aprender com a vida,nãoi é?
    E temos TANTAS liçoes,bah!!!
    abração, ótimo fds pra vocês, chica

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  2. Bom domingo de Paz, amigo Flávio!
    "Os papéis se invertessem"... e não zombariam de nós...
    Humildade de aprender não anda em voga. Cada vez mais as pessoas pisam nos outros para descarregar sua idiota arrogância que acabará debaixo da terra num esquife.
    Não quero mais para mim relacionamentos de medo (de nenhum tipo).
    Uma grande e certa verdade:
    "a verdade é que não somos donos de nós mesmos."
    Eu não sinto saudade do que passou. Não aguentaria viver tudo de novo.
    Pouca coisa me dá saudade. A maior delas é quando meus filhos eram pequenos e netos também.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Abraços fraternos

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  3. Mais um maravilhoso texto, repleto de sabedoria.
    Foi muito bom tê-lo lido.
    Vamos aprendendo sempre ao longo da vida, mas não paramos de errar.

    Abraço e boa semana!

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