A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER
Uma das vantagens de viver muito, é que a gente tem mais tempo para aprender e experimentar.
Com o tempo, vamos amadurecendo; através da vivência, da leitura e, é claro, dos perrengues e das coisas boas que vão acontecendo na vida. De certa forma, é inevitável que a gente se torne meio filósofo.
A propósito de que esta digressão? Simples: lembrei de um livro que estava muito
na moda, em todo o mundo, por volta de 1984, escrito por Milan Kundera e enigmaticamente
intitulado "A Insustentável Leveza do Ser".
Não
sei se algum de vocês se lembra dele, mas na época era de leitura praticamente
obrigatória para quem se julgava intelectual; algo como "O Pequeno Príncipe", há alguns anos, para as candidatas a misses.
Sim,
eu já tive essa pretensão; mas me curei, embora tenham ficado algumas sequelas.
Na ocasião, é óbvio que li o livro; participava de grupos de discussão (ao
vivo, não Whats App) e precisava ter opinião para falar.
Confesso
que não foi uma leitura importante, para mim; não influenciou a minha vida. Hoje,
quase não lembro do conteúdo; se não me engano, era uma mistura de problemas
existenciais e sexo. Sexo sempre vendeu e ainda vende.
Lá
se vão cerca de 40 anos e não lembro do livro que, dizem em muitas resenhas, "mudou o
mundo, mostrando a forma de viver de uma geração". Qualquer dia destes vou
reler, pra ver se agora entendo melhor o autor.
Mas
uma coisa que me marcou e nunca saiu da minha memória foi o título: a
insustentável leveza do ser, realmente, foi uma sacada genial. Porque a verdade
é que "ser" deveria ser leve, para que vivêssemos melhor. Mas não o é.
Ser só é leve, enquanto somos crianças. Aí brincamos, corremos e sorrimos,
despreocupados e em paz com a vida; não imaginamos (e nem queremos saber) como
será o amanhã. Tudo que queremos é viver o hoje, da melhor forma.
Para
a criança, "ser" é sempre leve. Porque independe de "possuir", de "querer", de "pretender";
independe das opiniões alheias e do seu próprio julgamento. Tem mais a ver com "imaginar",
"sentir" e "brincar". Tudo o que existe é viver, é "ser".
Mas
vamos crescendo; e, aí, colocamos (ou permitimos que coloquem) os nossos
grilhões. Vai-se a liberdade, a leveza; começamos a arrastar o peso das
correntes. Já não nos basta "ser"; os conceitos e preconceitos importam mais.
E,
à medida que crescemos, recebemos novas cadeias; sempre mais, sem que nenhuma
nos seja tirada. É cada vez mais difícil caminhar, e as nossas correrias de
antes se transformam em passos arrastados, sob o peso em nossos ombros.
Talvez
por isto guardei o título, o melhor em todos os livros que já vi. Realmente, é
quase impossível manter as nossas ilusões e os nossos sonhos. Não conseguimos sustentar
a leveza do "ser", porque aceitamos o peso do "ter".
Volta
e meia, penso nisto. E gosto de acreditar que, depois de velho, estou ficando um
pouco mais criança; porque, em boa parte do tempo, consigo deixar um pouco de
lado o orgulho, os preconceitos, as angústias e os medos.
Gosto de pensar que estou recuperando um pouco da leveza do "Ser".
Recorrente, talvez. Mas não vejo outra música para este post
Quando conseguimos tirar o peso, dexar mais leve o nosso TER,vivemos muito melhor, como crianças ue basta SER..
ResponderExcluirLindo fds! Obrigadão pelo carinhoi com minha mana. Ontem teve consulta e tudo anda bem! Agora exames, só final outubroi! Tomara tudo bem até lá!
Lindo fds pra vocês, abração,chica
Verdade, Chica: SER é simples e natural; o que complica tudo é a nossa mania de TER. Feliz em saber que a Tânia está bem, amiga; com fé em Deus, tudo vai dar certo! Meu abraço, bom fim de semana.
ExcluirProfunda reflexion debemos siempre tratar de tner el espiritu inocente delos niños. Te mando un beso.
ResponderExcluirÉ o ideal, JP: conhecimento de adulto, e sentimentos de criança! Obrigado, amiga; meu abraço, bom fim de semana.
ExcluirLembro-me bem do título, que na altura ficou famoso. Nunca li, mas gostei muito do que escreveu e concordo com o que diz. Que consigamos mais leveza no nosso ser, para que a vida não nos seja tão pesada!
ResponderExcluirBeijinhos e bom fim-de-semana!
Como eu disse, Fa, confesso que não me agradou muito; pareceu-me hermético e comercial. Agora, que estou aposentado, talvez eu volte a ler. Quem sabe, mudo de ideia? :) Meu abraço, obrigado; bom fim de semana.
ExcluirBoa noite de Paz, amigo Flávio!
ResponderExcluirUm tema bem relevante na atualidade onde se prima pelo ser visto que o ter ja vimos que não tem a palavra final.
A leveza podemos buscar fontes para conseguirmos despertar a que se encontra em nós já.
Gosto de como discorre sobre cada tema con leveza.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
E eu gosto dos seus comentários, Rosélia; são sempre ponderados e inteligentes. Meu abraço, amiga; bom fim de semana, obrigado.
ExcluirJá coloquei esta canção linda num dos meus espaços.
ResponderExcluirSubscrevo tuas palavras sobre o livro que referes, que também li muito jovem e não tenho intenção nenhuma de reler - pelo que fico esperando tua opinião se o fizeres.
Quanto á leveza das crianças, infelizmente há milhões a quem é negado esse direito...
Meu Amigo, carinhoso abraço, feliz semana :)
Bom que te agradou, São; já sabemos que nossos gostos são semelhantes, inclusive na música. Fica tranquila: SE voltar a lê-lo, prometo que te conto! :) Obrigado, meu abraço; bom fim de semana.
ExcluirBom dia, Flávio
ResponderExcluirÓtima postagem. Ser leve é um rico aprendizado, com as crianças aprendemos sobre a humildade e a perdoar com facilidade. É importante esvaziar a mente de tantas preocupações e viver o hoje com gratidão, tendo a leveza no coração, um forte abraço.
Completamente de acordo, Lucinalva: "É importante esvaziar a mente de tantas preocupações e viver o hoje com gratidão, tendo a leveza no coração.". Eu tento, acredite! Obrigado, meu abraço; bom fim de semana, amiga.
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Excelente reflexão, cheia de sabedoria!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Grato, Isy! Meu abraço, amiga, obrigado; bom fim de semana!
ExcluirBoa tarde Amigo Flávio, sempre ouvi falar nesse livro e um dos meus filhos o comprou e tenho aqui em casa. Ainda não o li, mas o titulo é apelativo. Terei de o ler.
ResponderExcluirConcordo que em crianças tudo nos é leve e que, com o passar dos anos, quase nos arrastamos!
É bom mantermos bem viva a criança que existe em nós para tornarmos nosso viver mais leve, não direi como borboleta, mas com a passada mais ligeira;))!
Beijinhos e até à quarta semana de setembro, se Deus quiser.
Até lá, Amigo.
Emília
Bem chamativo o título, não, Emília? Penso como dizes: "... em crianças tudo nos é leve e que, com o passar dos anos, quase nos arrastamos!
ExcluirÉ bom mantermos bem viva a criança que existe em nós para tornarmos nosso viver mais leve, não direi como borboleta, mas com a passada mais ligeira;))!"; é bem por aí! Vamos sentir tua falta, amiga, mas te desejo bom descanso: em setembro nos reveremos, então! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana.