O CULTIVO DA SOLIDÃO
Tanto
tememos a solidão!
Tanto nos queixamos da solidão!
E, muitas vezes, cultivamos a nossa própria solidão; minuto a minuto, hora a hora, dia a dia.
Assim como a borboleta, que tem à sua disposição a liberdade infinita do céu, a beleza e o alimento dos prados e flores; e, entretanto, é atraída pelo brilho falso da lâmpada, que a matará.
Assim, somos atraídos pelo brilho falso dos valores do mundo. E nos perdemos na luta por um ganho maior, um novo carro, as roupas e os assuntos da moda.
Nessa luta, desperdiçamos nosso maior capital: o tempo. E nos afastamos daquilo que nos faria felizes: nosso sonho. Em nome do orgulho, desprezamos a verdade.
Um filho nos procura, no carinho ingênuo da infância. E quer dividir conosco a nova descoberta do mundo: o vaga-lume que brilha na garrafa, ou a menina bonita que mora ao lado.
Porém, as nossas preocupações estão nas contas a pagar, nas obrigações do trabalho... e apenas o mandamos calar. E, um dia, os filhos crescem e se vão, sem que os deixemos ter estado verdadeiramente conosco.
Então, culpamos os filhos.
A pessoa a quem amamos nos procura, em busca de carinho. E estamos cansados, após um dia de trabalho. Então, pedimos silêncio e paz... temos direito ao nosso descanso, a ver tranquilamente o jornal ou a novela.
E, um dia, a pessoa desiste e se vai, sem que saibamos ter dividido o nosso tempo e multiplicado o nosso amor.
Texto inédito, escrito em 2000 e encontrado agora, em meu PC.
Que beleza e tantas verdades aqui,Flávio!
ResponderExcluirTantas vezes, mesmo sem perceber, vamos desistindo das presenças e ficando apenas com nossos problemas. Adorei ler! abração, tudo de bom,chica
Assim acontece muitas vezes, Chica. No amor, há momentos em que precisamos rever as nossas prioridades. Obrigado, bom fim de semana; meu abraço!
ExcluirOlá Flávio,
ResponderExcluirA solidão é um bem imenso
Nela encontramos a nós mesmos e a Deus
que é o bem supremo.
Amei o texto, abraço e bom fds!
Verdade, Larissa: é no silêncio, que mais sentimos a presença de Deus! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana.
ExcluirOlá Flavio :)
ResponderExcluirGostei muito do que escreveu.
A solidão de uma forma geral assusta quase todo o mundo.
Ao longo da vida , muitas vezes, nada fazemos e depois quando estamos mais fragilizados mais dependentes, sentimos que não temos ninguém com quem partilhar os nossos momentos.
Li faz algum tempo, que o século atual podia ser apelidado como o da solidão, afectando todas as faixas etárias.
A mim a solidão que mais me assusta é aquela que tendo alguém ao nosso lado, não nos impede de a sentir.
Deixo abraço e agradecimento pela sua passagem no Parapeito.
Não há o que agradecer, Maria; gosto dos seus textos, e é muito bom ver você de volta! Essa, a que você se refere, é a que chamo de "solidão acompanhada": em que a pessoa se sente só e nem tem o direito de estar só; também acho que é a pior de todas! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana.
ExcluirBoa tarde Amigo Flávio,
ResponderExcluirUm texto que aborda um tema sobre o qual tenho alguns receios.
Sempre gostei de ter os meus tempos e espaço, mas à medida que a idade avança, não aprecio estar só, embora me encontre numa fase de ultrapassar essas inseguranças, sem razão de ser.
Há tempo para tudo e desperdiçar o tempo com futilidades não tem a ver comigo.
Há que saber ocupar bem nossos tempos no sentido de nos sentirmos mais preenchidos.
Penso que o principal é vencer mesmo nossas inseguranças e falo por mim.
Belo texto tinha guardado e tão atual.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Emília
É bem o que dizes, Ailime: "Há que saber ocupar bem nossos tempos no sentido de nos sentirmos mais preenchidos.". Pessoalmente, aprecio a solidão, desde que opcional; às vezes precisamos dela, por um tempo! Meu abraço, amiga, obrigado; bom fim de semana.
ExcluirBoa noite de Paz, amigo Flávio!
ResponderExcluirUm texto emocionante.
Verdadeiro demais...
Quando escorraçados, pela solidão alheia, nosso emocional acaba por nos proteger do abandono, nos faz desistir de tanta humilhação.
Só quem convive con a solidão alheia sabe da veracidade de suas palavras.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos
Grato, Rosélia. Acho que precisamos cuidar sempre, amiga; às vezes, permitimos que as pessoas amadas se vejam perdidas nessa solidão. Meu abraço, bom ver você de volta! Bom fim de semana.
ExcluirFui lá no seu blog e encontrei
ResponderExcluiruma despedida! Então corri até aqui
e constato que é tão bom quanto
o outro . Mas sobre solidão...
vou comentar não. Beijos
AliceAlquimia
Obrigado, Alice; bom saber que você gostou, e a sua presença é sempre muito bem-vinda! O tema é meio, digamos, desanimador, não é? ;) Meu abraço, obrigado; bom fim de semana!
ExcluirMuito bom. Um dia, quando damos conta, é tarde demais.
ResponderExcluirBeijos e tudo de bom!
Verdade, Fa; principalmente no que se refere aos filhos. Eles crescem muito rapidamente, e não podemos perder nenhum momento do seu tempo! Meu abraço, amiga, obrigado; bom fim de semana.
ExcluirProfunda reflexión amar requiere tiempo paciencia y esfuerzo. Te mando un beso.
ResponderExcluirVerdade, JP: por vezes, o amor requer um pouco de paciência e esforço. Mas vale a pena! Obrigado, amiga; meu abraço, bom fim de semana.
ExcluirGreat article and good blog. Success for your blog ok
ResponderExcluirObrigado, Vicky. O mesmo desejo a você, amigo! Meu abraço, bom fim de semana.
ExcluirTexto y video magnificos, nos presentas bien que somos responsables en muchas ocasiones de la soledad que tenemos y sentimos, y que hemos provocado de manera inconscientre
ResponderExcluirMe ha gystado mucho Flavio, un abrazo
É uma triste verdade, não é, Carmen? Muitas vezes, somos os responsáveis por nossa própria solidão! Obrigado, amiga; meu abraço, bom fim de semana.
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