TIMING

 

Tudo é uma questão de timing.

E ninguém me censure, por usar uma palavra estrangeira; não existe qualquer palavra, em nosso idioma, que expresse de forma exata esse conceito.

Porque timing não significa apenas a hora certa; é sentir que o tempo está passando, e intervir no momento preciso para produzir os efeitos desejados.

Entende a diferença? Para os mais antigos, explico: é mais ou menos como ir acompanhando o bonde e pongar na hora exata; eles entenderão, com certeza.

Porque é preciso fazer isso, para prosseguir a viagem: no bonde e na vida. Sem timing, a pessoa pode cair feio e se esborrachar; no chão, ou nas consequências.

Timing é essencial, em tudo na vida. Na profissão ou nos relacionamentos, você precisa saber a melhor hora para fazer qualquer coisa; inclusive chegar ou sair.

Porque o momento que passa jamais voltará. Daqui a um minuto, você pode não se sentir mais como se sente agora; e isto acontece com todos nós.

Perder o timing pode transformar em amizade o que seria um namoro e talvez o amor de sua vida; ou em fracasso uma tentativa que seria um grande sucesso.

Então, este pode ser o momento do beijo; ou de apenas um sorriso. De abraçar ou de desfazer o abraço. De pedir um emprego, ou um aumento; ou não.

Este pode ser o momento de falar ou de calar; de seguir em frente, ou dar uma parada; de continuar pensando do mesmo jeito, ou mudar os planos e as ideias.

Viva intensamente o momento e sinta as pessoas à sua volta; é assim que você vai sentir o timing. Como o pescador percebe, no ar, a mudança do mar e do vento.  

E, se quiser ser bem-sucedido, você precisa sentir o timing. A mesma pergunta pode ter "sim" ou "não" como resposta, dependendo da hora em que for feita.

O tempo não é apenas um conceito; é real, ao nosso redor. O conceito é, apenas, a tentativa de medí-lo; como se assim nos fosse possível avaliar a sua marcha.

Mas ele passa, com certeza; independente de nossos relógios ou calendários. E, ao passar, altera as nossas emoções e os nossos sentimentos. Nos muda.

E, quando nos muda, muda o cenário à nossa volta. Porque não vemos o mundo; temos a nossa percepção do mundo. E ela depende de como nos sentimos.

Para todos e cada um, nada tem um valor absoluto; tudo é relativo. Relativo às emoções que nos dominam no momento, aos sentimentos que vivenciamos.

Nenhum de nós é o mesmo, todo o tempo. E essas mudanças não levam anos, meses ou dias; mudamos constantemente. Como o mar, temos as nossas marés.

E são elas que fazem as nossas ondas. Pequenas marolas, que acariciam as nossas praias; ou impetuosos vagalhões, que tudo varrem em seu caminho.

Sim, todos somos como os oceanos: profundos, serenos ou inquietos; imprevisíveis. Temos as nossas águas claras e os nossos abismos insondáveis.

É por isto, que o timing é importante: dependemos dele, para interagir com as pessoas; como o navegante depende de sentir o mar, para ajustar as suas velas.

E levar o seu barco até o porto.

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