DUST IN THE WIND
Seis
da tarde; sozinho, na piscina do hotel, com uma taça de vinho.
A quietude provoca lembranças. Instalados nas mesas e cadeiras vazias ao redor,
vejo entes queridos que já se foram; levados pela morte, ou pelo tempo e pelas
circunstâncias da vida.
Meu
pai, minha mãe, meus irmãos. Amigos e amores que cruzaram meu caminho e nele
demoraram mais ou menos tempo, deixando memórias que retornam, em momentos
assim.
Revejo
muitas pessoas do meu passado. E – estranhamente – não me sinto triste; talvez
um pouco melancólico, mas nada além de saudade. E a saudade conforta, ao tempo
em que dói.
Uma
sensação de gratidão e resignação. Gratidão por tudo que a vida me trouxe, e
resignação diante da certeza de que a cada dia fico mais velho, e não creio que me demore também a ir.
E
uma ideia me ocorre: existirá a reencarnação? Ou tudo se acaba, depois da
morte? Penso um pouco sobre o assunto; e percebo, espantado, que neste momento
não faz diferença.
Porque,
ainda que voltemos, não seremos os mesmos. O minuto que passou, não volta; e o
que virá será diferente, como outra vida. O que conta, para cada um de nós, é
aqui e agora.
Esta
é a nossa realidade; o passado já se foi e só nos traz recordações, boas ou ruins. E o
futuro, que não chegou, está envolto em dúvidas; oferece apenas
esperanças ou temores.
Nada
existe, senão aqui e agora. Mas a beleza disso é que tudo o que vivemos fica em
nossa mente e constitui a nossa herança; e a incerteza do futuro é que nos faz
seguir em frente.
A verdade é que somos como grãos de areia, diante do vento do tempo. Nenhum de
nós pode afirmar onde estará, amanhã; ou como será a sua vida. Nada podemos
fazer, senão viver.
Lembre-se
disto, e verá como cada momento é importante. Viva a vida agora, até porque o
depois pode não existir. Todos estamos sujeitos aos ventos do destino, não há
como negar.
Viva
o melhor que puder, sempre. Mas tenha certeza de que você poderá viver com as
suas lembranças; porque elas o acompanharão, por todo o tempo em que você
estiver neste mundo.
E
é preciso estar em paz com as lembranças, para continuar caminhando; para deitar e dormir de coração leve, ou para acordar e olhar com gratidão e
esperança o novo dia.
Todos
os dias, você pode começar a construir um novo futuro. Mas, para isso, precisa
conviver bem com as lembranças. Porque elas nunca vão estar muito longe de
você.
E
podem voltar, a qualquer momento. Basta um pouco de solidão, uma taça de
vinho...
Muy cierto uno siempre debe buscar la paz interior y seguir adelante. Te mando un beso.
ResponderExcluirÉ a melhor forma para seguiir adiante, JP; com certeza! Obrigado, amiga, meu abraço; bom fim de semana!
ExcluirTão bom ter boas lembranças e nos deixar a elas voltar vez em quando...
ResponderExcluirE importante também saber nosso real tamanho nesse mundo.Somos mesmo pequeninos grãos de areia,rs... abração e gostei da foto! Lindo fds! chica
Tão bom, não é, Chica? Quanto mais vivemos, mais percebemos isso! E mais enxergamos, também, que somos pequenos grãos de areia, ao vento do destino! Meu abraço, amiga, obrigado; bom fim de semana!
ExcluirBoa tarde de Paz, amigo Flávio!
ResponderExcluir"Acordar e olhar com gratidão e esperança o novo dia."
Quando se deita com consciência tranquila, o acordar é assim...
Salvo quando o coração está torturado pela dor aguda na alma de tanto sofrimento.
Um post relaxante.
Temos tomado vinho, eu, somente um cálice muito pequenino. Aprevio o suave. Meu filho o seco.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
Também preferia o suave, Rosélia; mas, por questões de saúde, só posso beber o seco. E acredite, amiga: acostumei com o gosto; hoje, é o meu preferido. :) Meu abraço, obrigado; boa semana.
ExcluirMeu pai bebe pouco ou praticamente nada, mas quando bebe, principalmente vinho fica assim, como o senhor. Viaja nas lembranças boas e nas ruins, mas todas, como diz a palavra, são lembranças, apenas lembranças.
ResponderExcluirUm abraço.
Certo está ele, Rô. :) Mas eu não consigo deixar o costume de um vinho nos fins de semana; acho que é para manter aquela sensação de liberdade que os feriados trazem; mesmo para os aposentados. E torna ainda mais saborosas as lembranças! Meu abraço, obrigado; bom fim de semana.
ExcluirBom dia Amigo Flávio,
ResponderExcluirUm texto muito belo, algo nostálgico, mas também bastante poético.
Recordar é viver e as lembranças são parte da nossa vida.
Vamos tentando viver com as nossas memórias, que sempre vêm à tona e desfrutar a vida em cada momento o melhor que pudermos.
O futuro a Deus pertence e o agora é o que temos.
Vivamos o presente com paz, serenidade e esperança.
Gostei de ver a sua foto num momento relaxante. Assim deve ser a vida também.
Beijinhos e continuação de uma boa semana.
Emília
Obrigado, Ailime! E, como de costume, você está certa: "O futuro a Deus pertence e o agora é o que temos. Vivamos o presente com paz, serenidade e esperança.". Quanto mais envelheço, amiga, mais busco os momentos relaxantes, acredite! :) Meu abraço, obrigado; bom fim de semana.
ExcluirQuanto mais avançamos na caminhada mais as lembranças passadas se vão acumulando e dão sinal de si. Fazem parte do caminho. Que se conviva bem com elas, sim!
ResponderExcluirAbraços e boa semana!
Aprendi isso vivendo, Fa: as lembranças são partes importantes do caminho; convivemos com elas, todo o tempo! :) Meu abraço, obrigado; bom fim de semana, amiga.
ExcluirSei que a Lei de Retorno existe e funciona.
ResponderExcluirCreio na reencarnação : sou uma entidade que vai evoluindo e que, para isso, utiliza vários envólucros físicos em sucessão.
Quanto ao seu belo texto, totalmente de acordo!
Carinhoso abraço e feliz Fevereiro, meu amigo :)
Sou testemunha disto, São; quantas vezes a tenho visto e sentido, ao longo da vida! Obrigado, minha amiga; bom fim de semana, meu abraço!
ExcluirOlhando essa foto me lembro dos jacarés. Só a cabeça. O rabo, que o defende, não mostra.
ExcluirAinda bem que você só é chegado na cabeça, amigo; nem se preocupa com o rabo! :) Meu abraço, boa semana.
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