DISCUTIR, PRA QUE?

 

Há coisas que, se você precisa explicar, não adianta explicar.

Até porque ninguém pensa senão do seu próprio jeito; da forma que aprendeu. Todos têm as suas dúvidas e as suas certezas, e a maioria se aferra a elas. 

Desisti de discutir. Aprendi que, às vezes, não penso como as pessoas ao meu redor. E resolvi seguir a minha lógica, deixando que cada um siga a sua.

Assim é mais tranquilo; evito discussões inúteis, que só consumiriam tempo e emoções. Cada um deve fazer aquilo que acredita melhor para si mesmo.

É deste jeito que a humanidade segue em frente, desde que o mundo é mundo: cada pessoa segue as suas ideias e vamos caminhando juntos. 

Até porque vemos todas as coisas através das nossas próprias percepções. Se você está triste, o dia lhe parece cinzento; se está alegre, tudo é claro.

Isso, independente de haver chuva ou sol. Se você está bem, é confiante e otimista; capaz de tudo realizar. Se não está, torna-se vacilante e temeroso.

Acaso, com você não acontece assim? Eu acredito que não percebemos o mundo e as pessoas, senão através dos sentidos; do corpo e do espírito.

E acredito que não vale a pena discutir por coisas óbvias. Imagine você e um daltônico, diante da grama. Para você, ela é verde; para ele, vermelha.

Mas, pensando bem, que diferença isso faz? A grama continua a ser macia, a alimentar animais, a embelezar o lugar onde está. Para que discutir a sua cor?

E o que você ganharia, ainda que convencesse o outro? A satisfação de estar certo? Mas seus olhos já não lhe dizem isso? Você não vê que a grama é verde?

Ou você não acredita em seus olhos, e precisa convencer o outro? Acredito que aquele que luta para convencer a todos, na verdade quer convencer a si mesmo.

Acho que a razão não precisa gritar, para ser ouvida; quem lhe dá passagem é o tempo. Se você está certo, não se exalte; pode falar baixo, e todos o ouvirão.

Talvez não o escutem hoje, ou amanhã; mas um dia escutarão. E, se você está certo do que diz, não precisa da concordância de ninguém. Você se basta.

Há um bom tempo, aprendi que não gosto de discussões; prefiro estar feliz e viver em paz. Cada um tem a sua opinião; e o direito de mantê-la.

Evitar discussões não significa renunciar às suas convicções; é a arte de ouvir e calar. Opiniões diferentes são importantes, para ampliar horizontes  

Ouça as ideias do outro; observe se acrescentam algo às suas próprias ideias. E, se assim for, aceite-as e as assimile. Ninguém é dono da verdade.

Se isso não acontecer, prefira ficar com as suas; é para você que virão as consequências. É um direito seu escolher o caminho que prefere seguir.

Mas,  lembre-se: o outro também tem esse direito. Você pode expor as suas ideias; só não se exalte, nem tente mudar o que ele pensa. Expor não é impor.    

Discutir, pra que? É bem melhor ser feliz!    

Vídeo. Não tem muito a ver, mas é lindo!